Enquanto o país luta para combater a fome e a desnutrição infantil, surge outro problema de distúrbio alimentar: a obesidade; que afeta todas as faixas etárias e grupos sócio-econômicos.
CUPPARI (2002, P.132) define obesidade como “uma enfermidade crônica, que se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura a um nível tal que a saúde esteja comprometida”.
A obesidade na infância e adolescência vem crescendo de forma assustadora. Doenças que antes eram consideradas como sendo apenas de adultos estão sendo diagnosticadas frequentemente em idades mais precoces.
É importante detectar o problema da obesidade ainda na infância, já que esta tem grande chance de ter continuidade na vida adulta. Provavelmente, uma criança obesa será um adulto obeso se não forem tomadas providências em relação ao problema.
Ao contrário do que ocorria até recentemente, quando a preocupação básica em relação à criança obesa era o risco de ela se tornar um adulto obeso, atualmente cresce a cada dia o receio quanto às repercussões da obesidade ainda durante a infância.
Além do excesso de ingestão alimentar, existem outros fatores que favorecem o aumento de peso. Estes fatores podem ser classificados como metabólicos, genéticos, nutricionais e psicossociais.
Porém, a obesidade na infância quase sempre está relacionada com alimentação inadequada associada à inatividade física.
VIUNISKI (1999) afirma que não é somente a estética que fica comprometida quando crianças e adolescentes estão com excesso de peso. O mal pode acarretar doenças associadas a adultos, como problemas cardiovasculares, hipertensão, diabetes e colesterol alto.
Crianças e adolescentes com excesso de peso corporal costumam apresentar: dificuldades respiratórias; problemas dermatológicos; complicações articulares e distúrbios psicológicos, como a baixa auto-estima, a explicação para isso estaria no isolamento social que os adolescentes obesos sentem quando comparados aos magros. Muitos adolescentes obesos ou com sobrepeso possuem uma auto-imagem desfavorável e tornam-se cada vez mais sedentários.
É necessário controlar a obesidade desde a infância, principalmente em crianças que mostram predisposição para o desenvolvimento da doença a fim de tomar medidas efetivas para o controle de risco, impedindo que o prognóstico seja desfavorável, a longo prazo.
SALLIS (1995) afirma que o sedentarismo constitui a principal característica na maioria dos indivíduos com excesso de peso corporal. Este comportamento sedentário é um dos principais agentes causadores do excesso de gordura, como também em contrapartida, a obesidade parece conduzir o indivíduo a uma diminuição dos níveis de atividade física.
Pesquisas têm demonstrado que a inatividade física se apresenta como elemento resultante da obesidade e não necessariamente como fator desencadeador desta (ZAMBONI, 1997).
WEINECK (1991) coloca que a falta de atividade física, atinge todo o organismo humano, como cada tecido e cada órgão tem capacidade de acordo com sua função, quanto menos eles forem exigidos, menor será sua capacidade a função. A falta de uso caracteriza-se por uma queda na capacidade corporal e orgânica, ocorrendo atrofias, distúrbios no sistema de regulação, incapacidades funcionais, entre outras.
O principal objetivo de se prevenir ou tratar a obesidade é a redução dos fatores de risco e complicações impostas por esta doença.
REFERÊNCIAS
CUPPARI, L. Guia de nutrição: nutrição clínica no adulto. São Paulo: Manole: 2002.
SALLIS, J. North América perspective on physical activity research in children and adolescents. In C Blimkie, O Bar-Or (eds). New Horizons in Pediatric Exercise Science. Champaign IL: Human Kinetics, 1995.
VIUNISKI, N. Obesidade infantil: um guia prático para profissionais da saúde. Rio de Janeiro: UPUB, 1999.
WEINECK, J. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 1991.
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